Os bailes são algo que guardo na memória como momentos felizes. Neles, mais do que pessoas a dançar e a rodopiar aos pares, havia além de movimento, ritmo, cumplicidade, olhares que se cruzavam ou evitavam. Havia burburinho, paixões que despontavam, corpos que se tocavam e tudo isto ao som da música e sob o olhar atento da lua no Verão. Assim são os bailes que habitam a minha memória.
Em comum com o Baile, criação e encenação de Carla Maciel e Sara Carinhas, o corpo, o movimento e a música ao vivo. Em palco, a música dá o mote a memórias que tocam o baile. Memórias revitalizadas não tanto pelas palavras, mas pelo movimento do corpo, pelos seus impulsos, por uma dramaturgia corporal. Como se o sentido das memórias fosse desconstruído através da música e da fisicalidade do movimento.
Ir ao Baile, em cena no S. Luiz até 20 de Setembro, é uma excelente forma de encerrar esta temporada e dar as boas-vindas ao Outono.