Basílio Vieira e Francisco Moura Pinheiro

O Francisco (32) e o Basílio (45) são uma inusitada equipa. Se o Francisco faz parte da família Le Cool, o Basílio é o seu “Governo Sombra” tecnológico. Um tem as ideias, o outro é o salva vidas que se atira ao mar quando tudo parece dar errado.

Desafiamos a dupla a desenhar a nossa última capa do ano e, vendo bem, primeira do ano que vem. O resultado final insinua tudo o que se passou nestes doze meses, capitalizando o esforço de todos aqueles que connosco participaram e fizeram da Le Cool, mais Cool e Lisboeta. Tudo para que 2015 fosse extraordinário e 2016 se inaugure ainda mais promissor.

Expliquem-nos lá esta capa, mas não nos façam um discurso.
Basílio: A culpa é do Francisco! Eu apenas juntei a técnica de criar GIFs animados…
Francisco: Mais ou menos isso. A tarde de espera fez-se noite e o dia seguinte viu nascer algo que até funcionou…

O que mais vos agrada ilustrar?
B: Sou programador, não deveria fazer ilustrações, nunca! Estranhamente, fiz alguns logótipos de que não me envergonho. Um deles, o SBROING ganhou vida própria e é agora a mascote do projecto.
Sou um programador feliz.
F: Eu sou a minha própria torrent – é assim que se diz, não é Basílio? -, onde a imaginação vive em download permanente. Eu desenho à mão, no computador, faço miscelânea de tudo e agora, num brutal atraso, aprendi a técnica ancestral da criação de gif’s animados! Já sobre o que gosto? De uma boa crítica jocosa sobre a Sociedade contemporânea.

O que é que em Lisboa mais vos inspira?
B: A diversidade de culturas e os estrangeiros que nos visitam. É bom ser o “local guy” que conhece sítios e coisas.
F: Ser a capital Europeia mais Ocidental, rumo a essa perpétua fuga de tudo o que pode ser Europeu.

Onde é que podemos encontrar mais exemplos do vosso trabalho?
B: www.sbroing.com e www.Basilio.eu
F: Além de estar aqui na Le Cool semanalmente, meti mãos à obra e criei o meu próprio blogue de crónica política diária onde publico também as minhas ilustrações: afarpa.com.

Se pudessem resumir Lisboa numa frase, qual é que seria?
B: A cidade cosmopolita mais ocidental da Europa.
F: Estás-me a copiar Basílio… Bem, vamos lá: Onde todos os Impérios chegam ao seu fim!

Relevem-me um percurso, um bairro ou uma história engraçada sobre a cidade.
B: Todos os bairros de Lisboa juram ter sido o local de filmagens do “Pátio das Cantigas” (o original de 1942). Na realidade, tratou-se de uma maquete criada nos estúdios da Tobis, no Lumiar:
http://www.basilio.eu/2010/07/toda-verdade-sobre-o-patio-das-cantigas.html
F: Ok Basílio, eu que sou 1/2 cenógrafo fiquei desarmado com essa… Mas bem vistas as coisas, não seria uma maquete, seria uma cidade cenográfica… E falando em percursos cenográficos, subir ao padrão dos descobrimentos recorda que o mesmo, na Exposição do Mundo Português, era apenas uma estrutura metálica coberta de estafe. Só muito depois foi reconstruído em pedra.

Sugiram-me um destino paradisíaco dentro de Lisboa. Um de que ninguém mais saberá, mas que deixa de ser segredo a partir do momento em que o partilhem.
B: É possível subir ao telhado do Panteão Nacional e também da Basílica da Estrela. E quem levar uma manta, pode fazer um pic-nic no topo de Lisboa.
F: Verdade, e para quem não sabe, as obras de Santa Engrácia (Panteão Nacional) – apesar da sua lenda – só foram terminadas em 1966,sendo que a cúpula interna é construída em betão armado. Um pic-nic deveras romântico para os apreciadores das cofragens escondidas.