De 30 de Abril a 6 de Maio

Capa: Francisco Moura Pinheiro

A esquizofrenia espalhou-se por Lisboa. A maré não sabe se há-de subir ou descer. A Lua seguiu-lhe os passos – ou será ao contrário? – e inaugurou uma crise existencial onde não quer crescer para que não lhe chamem gorda, mas também não quer ser magra e ser acusada de incentivar a anorexia. Até os lobisomens deixaram de sair à rua com medo de serem eles os atacados e não os atacantes.

Lisboa respira, mas sustém o ar entre cada golfada de pulmão. Começou a correr, pela sua saúde, mas depois achou que era moda e, se calhar, a qualidade de vida está em ficar encostadinha ao Tejo e a apanhar sol no cais, por entre colunas e o mar de turistas. O metro, cansado de estar debaixo de terra, teima em parar para pensar. Os eléctricos também queriam avançar para a paralisação, mas não se habituam a viver sem as colinas.

A Ponte cortou relações com o Cristo-Rei e este perdeu a luz. Por solidariedade, o Panteão decidiu que era hora de mudar de vida e vai hibernar nas próximas semanas. O Padrão dos Descobrimentos achou que estava na hora de se descobrir a si próprio e planeia partir numa demanda, afinal já lá vão mais 500 anos em que nada acontece.

A cidade pode estar no limbo mas a Le Cool Lisboa não. Saímos à rua, como sempre, para te dizer que apesar da aparente indecisão, a vida continua lá fora. E se porventura a apatia te invadir, lembra-te: é da esquizofrenia do tempo que nascem o arco-íris.

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